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18 de abril de 2007

CONTOS DE FADAS: A MOURA TORTA


Estava lendo para minha filha de quase 4 anos o livro “O Fantástico Mistério de Feiurinha” de Pedro Bandeira. Ela ficou vidrada na história e consegui ler até a metade do livro sem grandes interrupções, ela apenas me perguntava “Quem?” quando não conseguia entender entre qual das personagens se dava o dialogo, afinal são muitas que aparecem, dentre as quais destacamos: Dona Chapeuzinho Vermelho, Dona Branca Encantado, Dona Cinderela Encantado, Dona Bela Adormecida Encantado, Dona Bela-Fera Encantado e, por fim, Dona Rosa Della Moura Torta Encantado.

Esta última eu nunca tinha ouvido falar, quer dizer, quando li pela primeira vez o texto de Bandeira ouvi, mas não sabia de qual história ela havia surgido. Graças ao Google pude, enfim, descobrir quem era essa princesa. Trata-se de uma personagem de um conto espanhol que tem sua origem estimada no período no qual a península Ibérica estava se libertando da dominação árabe e deixando de ser Al Andaluz (nome árabe para a região).

Bem, fucei daqui, fucei dali e descobri que Pedro Bandeira fez uma adaptação desta história e a publicou com o título “Rosaflor e a Moura Torta”. Ainda não tive a oportunidade de ler. Navegando mais um pouco encontrei algumas versões do conto, uma na qual a Moura Torta é uma cigana e outra em que ela é negra. As duas contam a mesma história com pequenas alterações de situações, mas não no desenrolar do enredo e no fim.

Deixo ao prazer do leitor o conhecimento desta história. Em um próximo post sobre o assunto pretendo descrever as diferenças entre o conto “A sereinhazinha” de Hans Cristian Andersen e a adaptação cinematográfica dos estúdios Disney, “A pequena sereia”.

Deliciem-se...

A MOURA TORTA

1ª VERSÃO

Era uma vez um rei que tinha um filho único, e este, chegando a ser rapaz, pediu para correr mundo. Não houve outro remédio senão deixar o príncipe seguir viagem como desejava. Nos primeiros tempos nada aconteceu de novidades. O príncipe andou, andou, dormindo aqui e acolá, passando fome e frio. Numa tarde ia ele chegando a uma cidade quando uma velhinha, muito corcunda, carregando um feixe de gravetos, pediu uma esmola. O príncipe, com pena da velhinha, deu dinheiro bastante e colocou nos ombros o feixe de gravetos, levando a carga até pertinho das ruas. A velha agradeceu muito, abençoou e disse:- Meu netinho, não tenho nada para lhe dar: leve essas frutas para regado mas só abra perto das águas correntes. Tirou da sacola suja três laranja e entregou ao príncipe, que as guardou e continuou sua jornada.Dias depois, na hora do meio-dia, estava morto de sede e lembrou-se das laranjas. Tirou uma, abriu o canivete e cortou. Imediatamente a casca abriu para um lado e outro e pulou de dentro uma moça bonita como os anjos, dizendo:- Quero água! Quero água!Não havia água por ali e a moça desapareceu. O príncipe ficou triste com o caso. Dias passados sucedeu o mesmo.

Estava com sede e cortou a Segunda laranja. Outra moça, ainda mais bonita, apareceu, pedindo água pelo amor de Deus.O príncipe não pôde arranjar nem uma gota. A moça sumiu-se como uma fumaça, deixando-o muito contrariado.
Noutra ocasião o príncipe tornou a Ter muita sede. Estava já voltando para o palácio de seu pai. Lembrou-se do sucedido com as duas moças e andou até um rio corrente. Parou e descascou a última laranja que a velha lhe dera. A terceira moça era bonita de fazer raiva. Muito e muito mais bonita que as duas outras. Foi logo pedindo água e o príncipe mais que depressa lhe deu. A moça bebeu e desencantou, começando a conversar com o rapaz e contando sua história. Ficaram namorados um do outro. A moça estava quase nua e o príncipe viajava a pé, não podendo levar sua noiva naqueles trajes. Mandou subir para uma árvore, na beira do rio, despediu-se dela e correu para casa. Nesse momento chegou uma escrava negra, cega de um olho, a quem chamavam a Moura Torta. A negra baixou-se para encher o pote com água do rio mas avistou o rosto da moça que se retratava nas águas e pensou que fosse o dela. Ficou assombrada de tanta formosura. Meu Deus! Eu tão bonita e carregando água? Não é possível... Atirou o pote nas pedras, quebrando-o e voltou para o palácio, cantando de alegria.

Quando a viram voltar sem água e toda importante, deram muita vaia na Moura Torta, brigaram com ela e mandaram que fosse buscar água, com outro pote. Lá voltou a negra, com o pote na cabeça, sucumbida. Meteu o pote no rio e viu o rosto da moça que estava na árvore, mesmo convencida da própria beleza. Sacudiu o pote bem longe e regressou para o palácio, toda cheia de si. Quase a matam de vaias e de puxões. Deram o terceiro pote e ameaçaram a negra de uma surra de chibata se ela chegasse sem o pote cheio d'água. Lá veio a Moura Torta no destino. Mergulhou o pote no rio e tornou a ver a face da moça. Esta, não podendo conter-se com a vaidade da negra, desatou uma boa gargalhada. A escrava levantou a cabeça e viu a causadora de toda sua complicação.- Ah! É você, minha moça branca? Que está fazendo aí, feito passarinho? Desça para conversar comigo. A moça, de boba, desceu, e a Moura Torta pediu para pentear o cabelo dela, um cabelão louro e muito comprido que era um primor. A moça deixou. A Moura Torta deitou a cabeça no seu colo e começou a catar, dando cafuné e desembaraçando as tranças. Assim que a viu muito entretida, fechando os olhos, tirou um alfinete encantado e fincou-o na cabeça . esta deu um grito e virou-se numa rolinha, saindo a voar.

A negra trepou-se na mesma árvore e ficou esperando o príncipe, como a moça lhe tinha dito, de boba. Finalmente o príncipe chegou, numa carruagem dourada, com os criados e criadas trazendo roupa para vestir a noiva. Encontrou a Moura Torta, feia como a miséria. O príncipe assim que a viu, ficou admirado e perguntou a razão de tanta mudança. A Moura Torta disse:- O sol queimou minha pele e os espinhos furaram meu olho. Vamos esperar que o tempo melhore e eu fique como era antes.O príncipe acreditou e lá se foi a Moura Torta de carruagem dourada, feito gente. O rei e a rainha ficaram de caldo vendo uma nora tão horrenda como a negra. Mas, palavra de rei não volta atrás e o prometido seria cumprido. O príncipe anunciou seu casamento e mandou convite aos amigos A Moura Torta não acreditava nos olhos. Vivia toda coberta de seda e perfumada, dando ordens e ainda mais feia do que carregando o pote d'água. Todos antipatizavam com a futura princesa.Todas as tardes o príncipe vinha descansar no jardim e notava que uma rolinha voava sempre ao redor dele, piando triste e fazer fpena. Aquilo sucedeu tantas vezes que o príncipe acabou ficando impressionado. Mandou um criado armar um laço num galho e a rolinha ficou presa. O criado levou a rolinha ao príncipe e este a segurou com delicadeza, alisando as peninhas. Depois coçou a cabecinha da avezinha e encontrou um caroço duro.
Puxou e saiu um alfinete fino. Imediatamente a moça desencantou-se e apareceu bonita como os amores. O príncipe ficou sabendo da malvadeza da negra escrava. Mandou prender a Moura Torta e contou a todo o mundo a perversidade dela, condenando-a a morrer queimada e as cinzas serem atiradas ao vento. Fizeram uma fogueira bem grande e sacudiram a Moura Torta dentro, até que ficou reduzida a poeira. A moça casou com o príncipe e viveram como Deus com seus anjos, querida por todos. Entrou por uma perna de pinto e saiu por uma de pato, mandou dizer El-Rei Meu Senhor que me contassem quatro...




2ª VERSÃO

Havia um rei que tinha um filho. Quando este chegou à idade de casar, disse a seus pais:
- Quero me casar com a mulher mais formosa do mundo. Assim, vou percorrer o mundo até encontrá-la. Saiu do palácio e caminhou até chegar a uma fonte, onde parou para tomar água.
Ao inclinar-se para beber, viu refletidas na água, três laranjas. Ergueu os olhos e viu que de uma frondosa laranjeira pendiam três grandes e belas laranjas.
- Que saborosas devem ser, disse o príncipe, e dizendo isso, subiu na árvore e cortou as três preciosas laranjas. Partiu a primeira e, como por encanto, saiu dela uma jovem muito linda que, ao ver o príncipe, lhe disse: - Dá-me pão. - Não posso, disse ele, porque não tenho. - Então volto para minha laranja, disse a jovem. Desaparecendo, deixou a laranja intacta. Partiu o príncipe a segunda laranja e da fruta saiu outra jovem, muito mais bela que a primeira. - Dá-me pão, disse ao príncipe. - Não posso, pois não tenho, ele falou. - Então volto para minha laranja. A laranja se fechou e ficou como antes. O príncipe ficou pensativo e, decidiu conseguir pão, a fim de dar à ultima jovem da laranja. Assim pensava o jovem, quando coincidiu de passar por ali um cigano em seu coche.
- Amigo, gritou o príncipe - te darei uma moeda de ouro por um pedaço de pão. Rapidamente o cigano desceu da carruagem e correu a levar o pão ao príncipe. O príncipe ficou muito contente e satisfeito. Partiu a terceira laranja e, como havia imaginado, do coração da fruta saltou uma jovem muito mais formosa que as anteriores. - Dê-me pão, ela disse. O príncipe alegremente deu o pão à jovem, que em seguida falou: - Agora te pertenço, podes fazer de mim o que quiseres. - Contigo me caso, lhe disse o príncipe. Como a jovem estava nua, o príncipe queria antes vesti-la para levá-la ao palácio. Deu uma olhada na roupa do cigano que ainda permanecia ali, porem notou que estavam muito sujas. O príncipe então disse à jovem: - Espera aqui com este cigano até que eu volte com uma roupa.
O cigano tinha uma filha que viajava com ele no coche, que havia dormido durante todo o tempo em que a história das laranjas ocorria. Ao despertar, no momento em que o príncipe subia no cavalo, caiu de amores por ele. Desceu logo do coche e foi perguntar ao seu pai o que estava acontecendo. Ele lhe contou o ocorrido. A cigana, vendo a jovem, lhe disse: - Deixa-me te pentear para que fiques mais bonita para o regresso do príncipe.
A jovem consentiu, e enquanto a cigana penteava sua formosa cabeleira, sentiu que lhe cravavam um alfinete na cabeça. Imediatamente a dama da laranja se transformou numa pomba.
A cigana então tirou a roupa e se colocou no lugar onde ela estava, aguardando o príncipe. O príncipe voltou e quando viu a cigana, disse: - Senhora! Como escureceste! A cigana respondeu: - É que demoraste e o sol acabou me queimando. O príncipe, acreditando ser a mesma jovem da laranja, levou a cigana ao palácio e se casou com ela. Um dia, chegou uma pombinha ao jardim do rei e disse ao jardineiro:
- Jardineirinho do rei, como está o príncipe com sua mulher? - Umas vezes canta, porém mais vezes chora - disse o jardineiro. Todos os dias chegava a pombinha e fazia a mesma pergunta ao jardineiro, até que este contou a história ao príncipe. O príncipe deu ordem ao jardineiro para que prendesse a pombinha. O jardineiro untou de visgo a árvore onde diariamente pousava a pombinha e, quando esta chegou para sua visita diária, ao querer voar, ficou presa à árvore. O jardineiro apanhou-a e levou-a ao príncipe. O príncipe se enamorou da pombinha. Colheu-a com carinho e ao acariciar-lhe a cabeça, encontrou o alfinete que ali tinha sido cravado. Ao retirá-lo, imediatamente a pombinha se transformou na bela dama da laranja.
A formosa jovem contou sua aventura ao príncipe e, entrando os dois no palácio, comunicaram o ocorrido ao rei. O rei, indignado, deu ordens para que imediatamente matassem a cigana. O príncipe e a dama da laranja se casaram e foram felizes para sempre.




FICO POR AQUI

27 comentários:

  1. Que bom que a Alice está gostando do livro.
    Pra falar a verdade quando eu lí essa história da Feiurinha pela primeira vez, lá pelos meus 7 ou 8 anos de idade, fiquei encantadíssima com a história, mas nem liguei para a tal Moura Torta.
    Mas quando lí a história pela segunda vez, há uns 3 anos atrás, fiquei curiosa sobre essa dona, mas não pesquisei nada. Agora achei interessante a história dela. Por que será que a Disney nunca fez um desenho para este conto?
    Este livro que você está lendo para a Alice foi o primeiro livro que eu lí em minha vida, e eu o recomendo para quem quer iniciar seus filhos no maravilhoso mundo da Literatura.

    Ah,atualizei o meu blog e o link para o seu.

    Beijos.

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  2. Clarice, a Disney não produziria um desenho com essa história, se o fizesse faria muitas adaptações, pq não sei se vc percebeu que ambas as versões do conto são carregadas de uma visão etnocentrica do mundo, ou seja, preconceituosa

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  3. Cara, que bom que encontrei um igual. Bem deixe-me explicar, estou desenvolvendo uma pesquisa sobre as diferentes ilustrações dos livros infanto-juvenis, seus porquês e sua importância. Dentro desse estudo também, juntamente com um grupo de colegas, analisamos as marcas dos contos clássicos nesses textos modernos e a maneira como os autores rompem com essa tradição sem "matar" o imaginário da criança, e também sem negar ao clássico. Eu também estranhei o nome MOURA TORTA e resolvi procurar esse conto, já que nunca tinha ouvido falar dele, e encontrei esse seu blog que me foi muito útil. Obrigado por sua curiosidade, porque, afinal, fico maravilhado, quando não honrado, em encontrar alguém com visão artística e indole curiosa, qualidades que muito valoriso no mundo e que você fez com que eu renovasse esse deslumbramento. Aqui fica o meu MUITO OBRIGADO!

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  4. Nossa eu nem acredito q eu toh lendo essa história de novo...
    eu li ela quando eu estava na 4ª serie i nem terminei... Ai ano passado eu tava lendo o livro da feiurinha mais foi uma adaptação do livro intaum nem colocaram a história da Dona Rosa Della Moura Torta Encantado, e esse ano q eu peguei o livro pra ler pela segunda vez em O Mistério da Feiurinha eu vi o nome da Dona Rosa Della Moura Torta e fikei curiosa pra saber qm era...
    Dai em um pedaço da história da Feiurinha q estava sendo contada pela Jerusa eu vi q ela dizia um pedaço do livro dela...
    Dai eu me lembrei desse livro i q eu nunca tinha terminado de ler ele...
    i Desde a quarta serie eu procurei ele em varias bibliotecas de todas as escolas q eu estudei... i nunca encontrei ele...Mais graças ao livro da Feiurinha e ao César Agenor eu toh podendo terminar de ler .....
    agora eu toh no 1º ano do coegial...
    tenho 16 anos i tinha uns 10 anos quando li ele pela primeira vez....
    ObrigadO moxo...

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  5. Caro Cesar,
    Pelos mesmos motivos seus procurei a história "Moura Torta" e cheguei até sua pesquisa, que facilitou bastante o meu trabalho!... Obrigada por compartilhar com a web o material em questão!
    Agora tenho a história para contar aos meus alunos, complementando "O fantástico mistério de Feiurinha".
    Bjs...
    ... Maria Paula Rizzo 13/10/2007

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  6. Bom eu li o livro da feiurinha acho que´faz uns 2 anos e bom eu realmente gostei da história e fiquei meio curiosa para saber quem era a tal Moura Torta mas nunca procurei a história até que á um tempo lembrei dela e resolvi procurar...

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  7. É. Parece que não fui só eu que me deparei com "Quem é Dona Rosa Encantado Della Moura Torta".
    Também tive que procurar a história por conta do livro do Pedro Bandeira, que conheci pelos meus alunos de teatro, que me indicaram. Amei a história da Feiurinha, e fico mais aliviada por não ser a única a não conhecer a história da Della Moura. Que ela seja mais uma história recontada e espalhada.

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  8. Sempre li contos de fadas para minha filha e nunca tinha ouvido falar em Moura Torta ou Feiurinha até ler o livro o fantástico mistério de feiurinha, de Pedro Bandeira, pesquisei muito e encontrei versões das duas histórias. Fiquei encantada. Mas, ainda não descobri quem foram seus autores. Se puderem me ajudar com este enigma.
    Obrigada.

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  9. @ Angela

    Olá, em primeiro lugar muito obrigado pelo comentário. Eu me alegro muito ao ver as pessoas interagindo com o blog. Essa postagem sobre a Moura Torta é que fornece o maior número de visitas ao Fronteiras.

    Como em quase todos os textos que chamamos de contos de fadas, a Moura Torta tem origem popular, não tem um autor definido. Branca de Neve, Rapunzel, Cinderela, entre outras histórias, também tem a mesma origem, mas no século XIX os irmãos Grimm e Hans Christian Andersen repaginaram esses histórias e as publicaram, ficando as versões modernas sobre a autoria deles.

    Interessante de se observar é que os contos de fadas antes das novas versões eram bem diferentes das de hoje.

    A Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, em uma das versões antigas come conscientemente junto com o lobo a carne da vovó servida a mesa e depois se despe lentamente para o animal, que queria antes de devorá-la fazer sexo. Chapeuzinho escapa por uma pequena artimanha, quando pede para ir ao banheiro e se livra da corda que a prendia ao pé da cama.

    Como vê, nada infantil.

    Como eu disse no post o Pedro Bandeira fez como os irmãos Grimm e publicou a história sob sua autoria no século XX. Creio que atualmente ele seja o autor do conto, ou pelo menos de uma de suas versões modernas.

    Muito obrigado pelo comentário e espero ter sido util.

    Abraços

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  10. Oi, eu ganhei esse livro no ano de 2006 e agora eue stou lendo pela segunda vez e quando eu li eu e minha mae nao sabiamos quem era falamos muitas princesas mas, esse ano de 2009 resolvi pesquisar no google para saber quem era essa princesa e esse foi o primeiro site que apareceu para mim e eu entrei e fiquei sabendo, esse ano de 2009 eu estou com 14 quase 15 e pequei paa ler de novo para ver se eu adivinava quem era essa princesa pq eu adoro essa historia.

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  11. @anônimo

    Uma pena que você não assinou o comentário. mas fico feliz em ter sido útil para matar sua curiosidade sobre a Moura Torta.

    Quando li "O fantastico mistério de feiurinha" pela primeira vez tinha 11 anos, provavelmente a mesma idade que vc tinha quando o leu também.

    Pelo que andei vendo a Xuxa vai levar as tels do cinema uma versão da história da princesa feiurinha. Espero que o filme pelo menos faça com que o livro seja ainda mais divulgado, por que dificilmente sairá algo bom daí, vide os ultimos filmes da rainha dos baixinhos.

    Mas de qualquer forma, obrigado pelo comentário.

    Abraços

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  12. Existem outras versoes mais antigas em que a origem etnica da moura "torta" ( na realidade "torta" indicaria nao a postura da mesma, mas o facto de ser cega de um olho ou ser vesga) chega quase a passar despercebida para um publico leitor , ja muito distanciado nao so temporal, mas culturamente das ideologias justificativas da reconquista crista do territorios maomedanos de Al Andaluz. O que e interessante notar nas duas versoes que o objecto "Moura" se adapta com perfeicao as teorias racistas modernas, a dicotomia do uebermensch, o branco superior puro, contra o "outro" inferior, seja este em uma superposicao de papeis , a "moura-negra" e a "moura-cigana" . E a grande ironia dos tempos actuais seria recuperar a identidade original da " moura" , a muculmana, a islamista, a inimiga numero um da cultura judaica-crista ocidental em um post 9/11.

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  13. @anonimo

    gostaria de conhecer as versões anteriores desse conto. Achei interessante seu ponto de vista e o grau de conhecimento que possui acerca das teorias raciais. uma pena que não tenha assinado o comentário para que eu pudesse entrar em contato.
    de qualquer forma, muito obrigado pela manifestação constritiva.

    abraços

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  14. Oi gente parece que não foi so eu que fiquei em dúvida de que era a tal ´´Moura Torta``. Estava eu lendo o livro O Fantástico Mistério de Feiurinha quando me deparei com essa princesa não sabia quem era então procurei no Google e me apareceu como resposta esse blog onde li a historia da Moura Torta e conheci essa princesa desconhecida agora vou para a minha escola recontar a linda história que li!
    Bjs
    Obrigada!
    Ellen Mayra 26/06/2011

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  15. Foi muito bom encontrar este conto, pois já tinha ouvido há muito tempo,na infância. Era um dos favoritos para dormir. agora já amadurecida posso atualizar este texto a outro contexto.Em especial no fator de relacionamentos. Grata por tê-la reproduzido.

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  16. Li o conto da feiurinha e fiquei super curiosa para saber quem era a rosaflor e quem era a moura torta. Já tinha ouvido essa historia mais nao sabia que essa era da moura torta. ADOREI conhecer.

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  17. procurei em muitos sites mas esta historia foi melhor.

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  18. Horrível,. Muito preconceituosa, essa história!

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  19. Há um estudo que fala da utilização desse e de outros contos na educação (O ESPELHO DA MOURA TORTA
    Luiz Fernando de Souza), segue um trecho:
    A Moura Torta nos revela a história de uma bruxa negra, escrava, caolha que não
    desenvolveu a menor noção de sua corporeidade e sensibilidade, e que, devido a um
    trágico engano, confunde sua imagem refletida nas águas de um rio com a de uma
    mocinha jovem, branca, encarapitada numa árvore a esperar pela volta do príncipe. A
    partir daí, motivada pelo ciúme, pela raiva, pelo despeito, a negra (assim se refere a ela
    Cascudo, durante toda a narrativa) comete uma série de delitos que acabam por ser o
    motivo de sua perdição, queimada viva numa fogueira e tendo suas cinzas jogadas ao
    vento.

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  20. Esta história me contava minha avó quando eu era pequena, e era uma das minhas preferidas. Claro que a versão que conheci era um pouco diferente, afinal, "quem conta um conto aumenta um ponto".

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  21. Foi muito útil...Obrigada! A primeira história termina assim? Achei que esta faltando.

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  22. Minha mae me contava essa estoria ha 45 anos atras. Era como a primeira versao, mas a pombinhha cantava uma musiquinha que dizia assim: Estaleiro estaleiro, como passa Sao Joao com seu amor a Torta. Ai de mim pombinha branca, comendo areia e bebendo agua de orvalho, crdao de ouro no meu pé não vai. (Lembro que uma maneira de quebrar o desencanto, pois ele não sabia do slfinete, era prende-la com um cordao de ouro) Historia bonita, mas usando a cor ou a raça, dai ficou feia. Imagine as criancinhas de cor ou ciganinhas ouvindo isso!!!

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  23. Eu conheci essa história no final da década dos anos 50 e era absolutamente diferente dessa narrada aqui. Eu ouvia num antigo Long Play de vinil que meu pai sempre colocava para a gente ouvir. Éramos sete filhos e sentávamos em torno da radiola para ouvir a história dp príncipe Laci e a bruxa Moura Torta. No início a história tem o mesmo enredo, mas ao chegar à fonte o príncipe encontra a velha bruxa, a quem narra sua disposição de casar com uma jovem cortesã. Invejosa, Moura Torta consegue cravar um espinho na nuca da futura princesa, transformando-a em uma pombinha. O príncipe Laci, que havia ido ao castelo preparar as núpcias, ao voltar encontra somente a bruxa má, que enganando-o , diz que ficou era a própria princesa, que havia ficado feia e velha por causa de intempéries do tempo que a haviam atingido durante a ausência do príncipe, que se sente impelido a casar com a bruxa para honrar sua palavra real, o que ele julgava ser a sua verdadeira amada.
    Laci se casa com a Moura Torta e a princesa passa a frequentar a horta do palácio real, chegando a conversar com o jardineiro (na "minha" história, 'horteleiro'). E a pombinha conversava com cânticos, perguntando como estava o casal Laci e Moura Torta. Lembro apenas de uma frase que ela perguntava, cantando: "Como vai Laci, com a Mouta Torta?" Ao que o jardineiro respondia, em versos: "Come bem/dorme bem/passa a vida regalada/tão serena e sossegada/como no mundo ninguém". Chorosa a pombinha/princesa partia cantando: "Ai, pobre de nós, pombinhas/que só comemos pedrinhas/Adeus horteleiro, hortelão/Com Laci fica o meu coração;
    Até que um dia a pombinha pousa na janela de Laci que, ao afagá-la, encontra o espinho e, revoltado com aquilo,tira-o da nuca da pombinha que, no mesmo instante, se transforma na bela cortesão com quem Laci deveria tefr se casado. Ao saber da verdade Laci manda prende a bruxa e se casa com a jovem.

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    Respostas
    1. Olá, também tínhamos essa história em vinil e o ouvia como vc, adorei ler seu comentário porque já havia esquecido...era exatamente como narrou. Era minha história favorita.

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