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29 de novembro de 2007

VÊNUS DESPIDA

Quem acompanha o blog desde seu início sabe que uma das temáticas preferidas de seu “dono” é a ficção-científica, porém, esse gosto nasceu associado a uma profunda curiosidade sobre o espaço aberto, as estrelas, planetas e astronomia em geral, além da eterna pergunta sobre a possibilidade de existência de vida em outros rincões. Arthur C. Clark e Carl Sagan estão na bibliografia básica da formação desse gosto. Foram muitos outros livros e quadrinhos que li com essa temática, mas também houve outras influências. Na televisão sem dúvida a série clássica de Jornada nas Estrelas, Babylon 5 e Jornadas nas Estrelas a nova geração estão entre as favoritas. No cinema 2001, a saga Star Wars, O segredo do abismo, Cocum, entre tantos outros.

Sempre que vejo noticias ligadas ao tema “espaço” me interesso em dar uma olhada. Lembro-me uma vez quando tinha lá meus 15 anos, e ainda não era fã de Star Trek, que escrevi uma redação na qual no futuro a sonda Voyager era encontrada próxima ao planeta Marte e que trazia uma mensagem/resposta para os terráqueos. Quem viu Jornadas nas Estrelas – o Filme, deve se lembra do V’ger. Na época eu ainda não tinha assistido e nem sabia dessa idéia colocada no filme, fiquei surpreso quando assisti. As vezes achamos que temos a idéia mais original do mundo e quando vamos ver alguém já fez isso.

Pois bem, introduzi esse post com o tema ficção/ciência e como me interesso por isso para anunciar/reproduzir duas matéria sobre os primeiros resultados da nova missão exploratória a estrela Dalva, que na verdade é o planeta Vênus, promovida pela Agência Espacial Européia. Pra quem gosta as matérias tem mais ou menos a mesma abordagem, mas com pequenas diferenças em relação a linguagem e em alguns detalhes.

Acho que é isso

Aproveitem

FICO POR AQUI

Separados no nascimento

29/11/2007

Agência FAPESP – De todos os planetas do Sistema Solar, Vênus é o mais parecido com a Terra, além de ser o mais próximo também na distância. Os dois têm massa, volume, área superficial, raio, densidade e velocidade de escape semelhantes.

Mas as similaridades na forma e origem não se estenderam para um ponto fundamental: a vida. Enquanto o clima permitiu que a Terra florescesse, Vênus se tornou um lugar infernal, com atmosfera composta por 96,5% de dióxido de carbono e nuvens de ácido sulfúrico, pressão atmosférica 92 vezes maior e temperatura superficial que ultrapassa os 450ºC.

Tentar entender o que deu errado, descobrindo os motivos não das semelhanças, mas das diferenças, é o objetivo da missão Venus Express, lançada em 2005 pela Agência Espacial Européia (ESA).

Em oito artigos publicados na edição desta quinta-feira (29/11) da revista Nature, diversos grupos de cientistas apresentam os resultados das mais extensas análises feitas até o momento sobre o vizinho terrestre. Chamá-los de gêmeos não é exagero, ainda que tenham crescido de modo tão diferente.

No artigo principal, que resume as conclusões, Hakan Svedhem, da ESA e colegas destacam que, apesar de Vênus não ter nem sombra da vida existente na Terra, as semelhanças entre os dois é o principal destaque – e foi muito maior na infância dos planetas.

“A constatação geral dos resultados do primeiro ano de operação da Venus Express é que as diferenças, particularmente em relação ao clima, entre Vênus e a Terra são muito menos misteriosas do que se pensava anteriormente”, destacaram.

“Essas diferenças são consistentes com teorias e interpretações que sugeriam que os dois planeta tiveram ambientes superficiais semelhantes no passado e que eles evoluíram diferentemente, com os oceanos terrestres convertendo a maior parte do dióxido de carbono atmosférico em rochas carbonadas e Vênus perdendo a maior parte de sua água para o espaço”, afirmaram os pesquisadores.

Segundo os estudos, as altas temperaturas, os ventos zonais (que circulam pela latitude) e a turbulência próxima ao equador de Vênus resultaram na densa atmosfera e na grande quantidade de gás estufa retida na atmosfera do planeta.

A superfície inóspita de Vênus teria sido causada pela quebra das grandes quantidades originais de vapor de água em moléculas de hidrogênio e oxigênio. A primeira, mais leve, escapou no espaço, enquanto o elemento mais pesado permaneceu e se oxidou na atmosfera, resultando na superfície quente e seca atual.

A Venus Express também descobriu algo intrigante: descargas elétricas. A questão é que os cientistas achavam que não deveriam existir raios no planeta por conta do tipo de nuvens, parecidas com as de poluição observadas na Terra. Além disso, apesar da proximidade, os astrônomos nunca observaram qualquer raio em Vênus. Entretanto, a sonda identificou ondas eletromagnéticas de baixa freqüência e curta duração que se estima tenham origem em descargas elétricas.

A missão européia está prevista para durar até 2013. Segundo os autores do estudo, futuras análises ampliarão não apenas o conhecimento a respeito de Vênus, mas também da própria Terra. Afinal, dizem, a atual atmosfera venusiana pode ser vista como uma extrapolação radical da terrestre, em ritmo de aquecimento promovido pelo efeito estufa. Ou seja, semelhantes na origem e no fim.

Os artigos podem ser lidos por assinantes da Nature em www.nature.com

Sonda "Venus Express" traz novos dados sobre planeta gêmeo da Terra

Paris, 28 nov (EFE).- Cientistas da Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) apresentaram hoje os resultados da missão da sonda "Venus Express", ainda em andamento, com imagens inéditas que dão pistas sobre as especificidades de Vênus, planeta considerado gêmeo da Terra.

Lançada ao espaço em novembro de 2005, a sonda européia partiu com uma missão: encontrar uma resposta para o fato de Vênus, tão parecido com a Terra em termos de massa e tamanho, ter evoluído de uma forma tão distinta, até se transformar em um planeta inóspito.

"Esta é a pergunta de um milhão de dólares", disse hoje Fred Taylor, um dos cientistas responsáveis pela "Venus Express", na sede da ESA, em Paris.

Os dados compilados pela sonda européia revelaram algumas pistas sobre a atmosfera e o clima de Vênus. A temperatura chega aos 450ºC em sua superfície e a pressão atmosférica é quase cem vezes superior à da Terra.

O planeta mais brilhante do Sistema Solar é coberto por uma camada atmosférica quente de quase 100 quilômetros de espessura - "uma pele planetária", algo que o diferencia da Terra.

Segundo o cientista Giuseppe Piccioni, Vênus convive com uma "variabilidade enorme": os ventos, por exemplo, podem passar de 200 km/h a 50 quilômetros de altitude para 400 km/h a 70 km de altitude.

Estes fatores vêm acompanhados por ventos solares que, somados à falta de campo magnético do planeta, provocam a "perda" de atmosfera.

"Vênus perde íons de oxigênio, hidrogênio e hélio, e definitivamente perde água", explicou Piccioni.

Tal perda é vista na superfície planetária, onde a água é inexistente: "Os oceanos desapareceram, só há três centímetros de água na atmosfera", disse o físico Stanislav Barabash.

Para justificar a eliminação das superfícies aquáticas, os cientistas da ESA apontam para a numerosa presença de hidrogênio pesado nas moléculas de água, 150 vezes superior a das moléculas terrestres.

Outra revelação proporcionada pela "Venus Express" é a confirmação da existência de relâmpagos. Para Barabash, trata-se de uma poderosa fonte de energia que, na Terra, altera a química da atmosfera e, portanto, também deve modificar a de Vênus.

"Estes são os primeiros resultados globais dados pela sonda européia, que está no apogeu de sua trajetória", comentou Dmitri Titov, coordenador científico desta missão da ESA, cujo orçamento é de quase 220 milhões de euros.

A ESA prevê apresentar nos próximos meses os resultados das análises químicas da atmosfera de Vênus, assim como uma cartografia técnica de sua superfície. EFE ap bba/dp.

2 comentários:

  1. Olá parceiro

    Como eu adoro ficção cientifica e assuntos espaciais, achei suas postagens sensacionais. Continue neste nível. Também gostaria de te pedir para atualizar o meu banner, tá disponivel lá no Quadrideko,certo ?

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  2. E aí parceiro . Valeu pelo comentario no Blog. Eu faço um Mestrado em Patologia(Eu sou Biólogo).Assistiu o filme em uma aula de Teoria e Prática do Ensino Superior Para a área de Saúde (pra quê um nome tão grande ?? ) Um Abraço.

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