Toda história está marcada em
nosso corpo, em nossos genes, em nossa subjetividade fluída e flexível. Mas não
mergulharei fundo nesse tema, apenas quero que pense no que nós humanos podemos
fazer com nossos corpos, de como os sentidos dados e os percebidos sobre nossa
forma de estar, da nossa biologia transplantada e suplantada pela cultura, são fenômenos históricos.
Provavelmente o alto desempenho
atlético dos corpos na contemporaneidade não repete ou se aproxima do
desempenho obtido por nossos antepassados longínquos, que caçavam e lutavam,
embora acreditar que os primeiros homo
sapiens sapiens vivessem em constante perigo seja um exagero de perspectiva.
Isso, porém, é apenas um exercício de imaginação. O que podemos afirmar, e esse
é objetivo desse pequeno texto, é que somos capazes de imprimir com nossos
movimentos, nosso gestual, nossa voz, nosso silêncio sentidos múltiplos, que
ultrapassam a simples trivialidade do dia a dia, transformando a nós mesmos em
objetos de arte.
Um mancebo é simplesmente um
mancebo, que serve para pendurarmos chapéus, guarda-chuvas, casacos ou
simplesmente para cultivarmos poeira. Mas se o mesmo mancebo ganhar vida ao ser
tocado, girado e ritmado ele ganhará personalidade, um sentido romântico, de
uma sensibilidade construída na história. Junte o mancebo ao seu criador e terá
uma experiência quase transcendente, pois ao dançar e utilizar-se do objeto
como uma extensão da nossa própria engenhosidade, do nosso próprio corpo, vislumbramos possibilidades infinitas, nosso caminho dourado.
Verás de forma translucida que temos como nosso único elemento invariante no tempo a capacidade de mudar, de nos reinventarmos continuamente e, com isso, podemos criar pontes com outras dimensões do tempo, das memórias perdidas, ou podemos imaginá-las e num esforço hercúleo narrá-las.
Verás de forma translucida que temos como nosso único elemento invariante no tempo a capacidade de mudar, de nos reinventarmos continuamente e, com isso, podemos criar pontes com outras dimensões do tempo, das memórias perdidas, ou podemos imaginá-las e num esforço hercúleo narrá-las.
Tudo isso apenas para dizer apenas uma frase:
- Fred Astaire é objeto e sujeito
da arte quando dança.
FICO POR AQUI - ESSE FOI O TOQUE DA PRIMEIRA TROMBETA QUE ANUNCIA NOSSA VOLTA
FICO POR AQUI - ESSE FOI O TOQUE DA PRIMEIRA TROMBETA QUE ANUNCIA NOSSA VOLTA
Ótimo toque de trombeta. Ótimo texto!
ResponderExcluirValeu Paulinho!!! Vamos retomar a coisa por aqui e em breve teremos novidade, pois estamos mudando de casa! Quero que você participe também!
ExcluirQuando puder vamos prozear pelo skype para eu lhe dar mais detalhes.
Abraços
Excelente! Vamos voltando aos poucos...
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