Cloud Atlas é uma produção dirigida pelos irmãos Lana e Andy Wacholski,
de Matrix, juntamente com o alemão
Tom Tykwer, de Corra Lola, corra. É
uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por David Mitchel. O filme foi
lançado no final do ano passado e conta com um super elenco, com nomes como Tom
Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, entre outros.
A narrativa é composta por
histórias que ocorrem em tempos diferentes e que se cruzam de alguma maneira; as
pessoas que são “marcadas” acabam se encontrando – no filme a marca é uma marca
mesmo, mas a metáfora é muito maior que sua caracterização palpável. Isso me
lembrou bastante um certo livro do Hermann Hesse em que, após a leitura, a gente
fica com essa impressão forte de que quem tem que se encontrar, acaba se
cruzando em algum momento por aqui.
Apesar de as expectativas geradas
serem maiores do que o que o filme tem a oferecer – eu mesmo esperava mais – no
final, a recorrente leitura otimista de um mundo com sentido, onde não estamos
sós, onde nossa vida é compartilhada, acaba deixando uma boa sensação pela maneira como é apresentada.
Isso me lembrou bastante um poema
que tenho em mãos, parte de um livro sem título e sem data, de um autor
desconhecido. O nome é bem curioso; se chama “Versos que escrevi para uma moça
que encontrei em doze de outubro último em frente à livraria da rodoviária”.
Não entendo o motivo de um título tão extenso, mas aí vai ele:
Versos que escrevi para uma moça que encontrei em doze de outubro último em frente à livraria da rodoviária
E se o dia passase
a madrugada se fosse
a luz se acendesse
e tivesse você ao meu lado?
e se isso isso não fosse
e eu tivesse saudade
se meus versos não fossem originais
se minha confusão não fosse original
e se o vazio tomasse conta das minhas palavras?
e se eu alimentasse o silêncio
e eu tivesse saudade
se meus versos não fossem originais
se minha confusão não fosse original
e se o vazio tomasse conta das minhas palavras?
e se eu alimentasse o silêncio
enchesse
o peito e o papel de saudades
cada milímetro meu de você
e se estivesse presente
mesmo aí, do outro lado
e se eu não soubesse dizer?
Nada disso contaria...
se eu não dissesse
que foi minha inspiração em um fevereiro passado
que foi minha inspiração em outubro
que o pacífico me lembrou você
que meus últimos versos foram só seus?
mas eu não sei dizer...
e se eu pegasse um avião
se pegasse um cometa
e se eu fosse te ver?
mas e se não estivesse em casa
e se compartilhasse a cerveja com outro
e se eu dormisse na praia
olhando as estrelas e lembrando você?
e se...
Fernando Alves Pe
cada milímetro meu de você
e se estivesse presente
mesmo aí, do outro lado
e se eu não soubesse dizer?
Nada disso contaria...
se eu não dissesse
que foi minha inspiração em um fevereiro passado
que foi minha inspiração em outubro
que o pacífico me lembrou você
que meus últimos versos foram só seus?
mas eu não sei dizer...
e se eu pegasse um avião
se pegasse um cometa
e se eu fosse te ver?
mas e se não estivesse em casa
e se compartilhasse a cerveja com outro
e se eu dormisse na praia
olhando as estrelas e lembrando você?
e se...
Fernando Alves Pe
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