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13 de fevereiro de 2013

Cloud Atlas como pretexto







Cloud Atlas é uma produção dirigida pelos irmãos Lana e Andy Wacholski, de Matrix, juntamente com o alemão Tom Tykwer, de Corra Lola, corra. É uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por David Mitchel. O filme foi lançado no final do ano passado e conta com um super elenco, com nomes como Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, entre outros.
A narrativa é composta por histórias que ocorrem em tempos diferentes e que se cruzam de alguma maneira; as pessoas que são “marcadas” acabam se encontrando – no filme a marca é uma marca mesmo, mas a metáfora é muito maior que sua caracterização palpável. Isso me lembrou bastante um certo livro do Hermann Hesse em que, após a leitura, a gente fica com essa impressão forte de que quem tem que se encontrar, acaba se cruzando em algum momento por aqui.
Apesar de as expectativas geradas serem maiores do que o que o filme tem a oferecer – eu mesmo esperava mais – no final, a recorrente leitura otimista de um mundo com sentido, onde não estamos sós, onde nossa vida é compartilhada, acaba deixando uma boa sensação pela maneira como é apresentada.
Isso me lembrou bastante um poema que tenho em mãos, parte de um livro sem título e sem data, de um autor desconhecido. O nome é bem curioso; se chama “Versos que escrevi para uma moça que encontrei em doze de outubro último em frente à livraria da rodoviária”. Não entendo o motivo de um título tão extenso, mas aí vai ele:


Versos que escrevi para uma moça que encontrei em doze de outubro último em frente à livraria da rodoviária

 E se o dia passase
a madrugada se fosse
a luz se acendesse
e tivesse você ao meu lado?

e se isso isso não fosse
e eu tivesse saudade
se meus versos não fossem originais
se minha confusão não fosse original
e se o vazio tomasse conta das minhas palavras?
e se eu alimentasse o silêncio

enchesse o peito e o papel de saudades
cada milímetro meu de você
e se estivesse presente
mesmo aí, do outro lado
e se eu não soubesse dizer?

Nada disso contaria...

se eu não dissesse
que foi minha inspiração em um fevereiro passado
que foi minha inspiração em outubro
que o pacífico me lembrou você
que meus últimos versos foram só seus?

mas eu não sei dizer...

e se eu pegasse um avião
se pegasse um cometa
e se eu fosse te ver?

mas e se não estivesse em casa
e se compartilhasse a cerveja com outro
e se eu dormisse na praia
olhando as estrelas e lembrando você?

e se...

Fernando Alves Pe
 

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