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22 de junho de 2009

A ALMA DOS NEGÓCIOS

Sobre publicidade, comerciais, culto ao trash e a tosquices...

Navegar pela net pode ser uma viagem a um mundo completamente surreal. Na verdade, a net é surreal, dentro da nossa própria realidade...

Humpf...

Acho que estou me confundindo...

Bom, eu estava navegando outro dia quando vi isso no youtube;



É simplesmente ridículo. Mas ao mesmo tempo dá vontade de rir pela ruindade da coisa. Daí pensei;

-"Putz, podia fazer um post sobre comerciais e propagandas de baixo nível..." E tem cada pérola da publicidade brasileira... Nem faz falta ir tão longe na breguice... Olhem só a propaganda da UOL do ano passado;



A voz do cavernosa na hora de dizer "o assinante UOL" é a coisa mais comovente da publicidade brasileira...

A da cerveja Sol;



Um comercial antigo super-trash;



Este último é de doer até os dentes... O curioso é que existem coisas trash que são bem bacanas. Exemplos?

Quentin Tarantino e o filme do cartaz ao lado. Death Proof é um dos filmes mais cool-trash - se é que existe esta expressão - da década. Eu particularmente não gostei, apesar de gostar muito dos filmes do "Tarantas"... Mas conheço um punhado de gente que alucina com esse filme. Daí eu penso, e se o diretor fosse o Zak Snyder? Será que ia ser tão bacana?

Acho que não...

Isso também tem a ver com quem está fazendo a coisa. Tenho certeza que qualquer livro "brega-declarado" - como foi esse filme do Tarantino - do Luis Fernando Verissímo atraia metade do Brasil e boa parte do mundo, mas e se fosse um livro escrito pelo Fausto Silva? Ou pelo grande filósofo brasileiro João Kléber escrevendo um livro, ou fazendo um filme ultra-trash? Qual seria o resultado?

Dá até medo pensar nesse troço... pé-de-pato-magalô-três-vezes!

De qualquer maneira, temos que reconhecer que o Brasil é uma mina de ouro de bizarrices. Não no sentido macabro da palavra e sim, no sentido sem noção. É incrível o que o povo é capaz de inventar.

Outro dia eu estava conversando com um amigo baiano, o sobrenome dele é Isensee - lê-se Hansensee*,

* sobre-nome alemão abrasileirado pela nossa cultura. O nome dele é bacana porque combina com tudo! Exemplos;

"- Eaí cara! Como foi o jogo ontem?
-Putz, arrebentamos o time adversário, a gente tocava na bola e era Isensee pra lá e Isensee pra cá..."

Ou por exemplo em um restaurante;

"- Boa noite madame, boa noite senhor. Qual é o prato escolhido para a janta?"

"- De entrada um vinho branco de Jerez, logo uma salada grega e como primeiro prato o famoso Salmão espanhol ao molho Isensee..."

Agora imagine no cinema;

"- Cara que filmaço, né?

- Muito bom mesmo, fiquei Isensee com esse filme."

Tipo no médico;

"- Doutor, o que dizeram os exames? É grave?

- Não se preocupe, uma pílula de Isensee pela manhã durante um mês resolverá seu problema."
E se o meu amigo com sobrenome mil-e-uma-utilidades fosse político?
Ele seria Isenseento do imposto de renda...
Tá bom, já chega... eu passei dos límites, reconheço... essa foi trash e tosca, como este post...
humpf...

e a conversa girava em torno de um candidato a vereador muito peculiar na Bahia. Seu nome é Léo Kret;



O mais curioso desse candidato é o fato de que ele - ou ela, vai saber? - ganhou as eleições!!!

Eu fiquei abismado... estamos no século XXI, parece que este será o siglo mais tosco e bizarro de todos os tempos! O que será que está acontecendo com as pessoas?

Parece que tudo que choca é moda agora. S-ei lá... De repente um filme como Saw - que eu gosto principalmente do primeiro! - é considerado um clássico do cinema.
Antes a violência era sugerida, como na clássica cena de Psicose (Hitchcock) onde Norman Bates entra na ducha da sua vítima com uma faca de cozinha e a imagem mais sinistra que vemos é o sangue escorrendo pelo ralo do banheiro.

Essa cena hoje não seria considerada horror. Teriam que mostrar a faca destroçando o corpo da menina... venderia mais, seria mais polêmico...

Dá um pouco de medo raciocinar nessas coisas, acho que estamos baixando o nosso nível nesse sentido. E o pior é que acaba sendo algo comun e já não vemos diferença...

A verdade é que no fim das contas o que acabamos fazendo é algo como as palavras de Humberto Gessinger em Muros & Grades - albúm Várias Variáveis 1991 ainda com a formação clássica -;

"Então erguemos muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia..."

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