O Eduardo Kuninari, um grande amigo que fiz em Araraquara-SP, leu a primeira parte do cap. 1 da Espaço Aberto (história em vários capítulos que estou escrevendo) e fez alguns comentários, muito pertinentes por sinal, então decidi acatar algumas de suas sugestões e manter algumas coisas. Por isso estou republicando o texto, a história é a mesma, apenas os excessos foram retirados. Aguardo pela leitura e comentários do Du e de outras pessoas também.
Em breve a 2ª parte.
Em breve a 2ª parte.
ESPAÇO ABERTO
Uma novela Sci-fi
Capítulo 1 – Perdida (parte 1)
Uma novela Sci-fi
Capítulo 1 – Perdida (parte 1)
Prólogo
— Iara.
O comandante Ryu Bergman repetia esse nome incessantemente quando foi encontrado sentado em estado quase catatônico na ponte de Lady Jane. A nave estava a deriva no limiar do sistema solar, com muitas avarias, inclusive no sistema de comunicação. Não conseguiria ser encontrada a não ser por obra do acaso, pois estava encrostada em um meteoro.
Lady Jane, um cargueiro espacial de grandes proporções, tinha partido de Júpiter em direção ao Sistema de Alfa Centaury a mais de 10 meses terrestres e não havia dado nenhum sinal, já era dada como desaparecida, um caso perdido.
Na época do desaparecimento do cargueiro, Louis Stendhal, chefe da Agência de Controle do Trafego Espacial pelos Buracos de Minhoca (ACTE-W), disse que provavelmente havia sido um erro do piloto que provocou o desaparecimento da nave espacial dos sensores de verificação de trânsito, conseqüência de um choque ou de sobrecarga dos motores.
O piloto de Lady Jane era o jovem Thomas W. Stauton Jr., filho do grande navegador e explorador Thomas W. Stauton – responsável pelo mapeamento de muitos buracos de minhocas, encontrados 100 anos atrás, em 2050.
O acaso mostraria que Sthendal estava enganado.
Fim do Prólogo
Novembro, 1, 2150 – 23h40m – a bordo da UK-Explorer
Já passava a hora de ser rendido no turno e Juan Carrijo estava impaciente precisando descansar, flutuava de um lado para o outro na torre de observação. O local era apertado, suas paredes compostas por um material transparente possibilitavam que ele enxergasse tudo ao redor, embora não tivesse muita coisa para ser vista. No chão, sob o piso, estavam os equipamentos que o auxiliavam na vigilância e nas pesquisas, com seus monitores coloridos desenvolvidos para projetarem uma imagem tão perfeita que os olhos humanos não conseguem captar todas as nuances de cor. As leituras dos sensores não apontavam para nada estranho.
Juan ainda esperava Pierre para a troca de turno, queria sentir seus pés no chão novamente. Havia apenas uma única seção da nave que possuía um sistema de gravidade. Ele olhou para o lado esquerdo e contemplou o vazio – uma leve sensação de tristeza se abateu sobre ele –, decidiu olhar a direita para o berço dos cometas (Nuvem de Oort), como costumavam chamar a fronteira do sistema solar com o espaço sideral.
Há alguns dias ninguém saia da nave, e já se passara mais de 6 anos que não voltavam para casa. As “férias” na estação Monólito, na órbita de Saturno, será apenas no ano que vem. Juan sentia falta das tortillas, do tango, dos vinhos, do clássico San Lorenzo versus River Plate, das mulheres, do mar e dos amigos. Perdido em pensamentos quase não percebeu que um novo cometa estava nascendo a poucas centenas de quilômetros dali. Ele estava se deslocando de sua órbita normal e mergulhando em direção a um ponto de luz a 30 trilhões de quilômetros dali, ou 3 anos luz, um ponto que as vezes passava desapercebido dos tripulantes e em outras ocasiões era admirado por horas, o Sol. O novo cometa iria gastar o tempo de gerações humanas inteiras para completar sua nova órbita, despejando pelo caminho um registro fragmentado da história do universo, um feixe composto por gases, água, rochas e as sementes da vida. Seus segredos seriam largados ao sabor dos ventos solares e sua calda, assim que começar e se formar, poderá ser contemplada pelos habitantes da colônia de Europa, no micro-sistema jupiteriano, e pela estação Monólito, na órbita de Saturno em décadas.
A poesia do momento afastava a tristeza de Carrijo que logo começou a realizar seus cálculos para prever a rota do novo astro. No entanto, os sensores registravam que esse nascimento não foi natural, o parto foi forçado.
— Iara.
O comandante Ryu Bergman repetia esse nome incessantemente quando foi encontrado sentado em estado quase catatônico na ponte de Lady Jane. A nave estava a deriva no limiar do sistema solar, com muitas avarias, inclusive no sistema de comunicação. Não conseguiria ser encontrada a não ser por obra do acaso, pois estava encrostada em um meteoro.
Lady Jane, um cargueiro espacial de grandes proporções, tinha partido de Júpiter em direção ao Sistema de Alfa Centaury a mais de 10 meses terrestres e não havia dado nenhum sinal, já era dada como desaparecida, um caso perdido.
Na época do desaparecimento do cargueiro, Louis Stendhal, chefe da Agência de Controle do Trafego Espacial pelos Buracos de Minhoca (ACTE-W), disse que provavelmente havia sido um erro do piloto que provocou o desaparecimento da nave espacial dos sensores de verificação de trânsito, conseqüência de um choque ou de sobrecarga dos motores.
O piloto de Lady Jane era o jovem Thomas W. Stauton Jr., filho do grande navegador e explorador Thomas W. Stauton – responsável pelo mapeamento de muitos buracos de minhocas, encontrados 100 anos atrás, em 2050.
O acaso mostraria que Sthendal estava enganado.
Fim do Prólogo
Novembro, 1, 2150 – 23h40m – a bordo da UK-Explorer
Já passava a hora de ser rendido no turno e Juan Carrijo estava impaciente precisando descansar, flutuava de um lado para o outro na torre de observação. O local era apertado, suas paredes compostas por um material transparente possibilitavam que ele enxergasse tudo ao redor, embora não tivesse muita coisa para ser vista. No chão, sob o piso, estavam os equipamentos que o auxiliavam na vigilância e nas pesquisas, com seus monitores coloridos desenvolvidos para projetarem uma imagem tão perfeita que os olhos humanos não conseguem captar todas as nuances de cor. As leituras dos sensores não apontavam para nada estranho.
Juan ainda esperava Pierre para a troca de turno, queria sentir seus pés no chão novamente. Havia apenas uma única seção da nave que possuía um sistema de gravidade. Ele olhou para o lado esquerdo e contemplou o vazio – uma leve sensação de tristeza se abateu sobre ele –, decidiu olhar a direita para o berço dos cometas (Nuvem de Oort), como costumavam chamar a fronteira do sistema solar com o espaço sideral.
Há alguns dias ninguém saia da nave, e já se passara mais de 6 anos que não voltavam para casa. As “férias” na estação Monólito, na órbita de Saturno, será apenas no ano que vem. Juan sentia falta das tortillas, do tango, dos vinhos, do clássico San Lorenzo versus River Plate, das mulheres, do mar e dos amigos. Perdido em pensamentos quase não percebeu que um novo cometa estava nascendo a poucas centenas de quilômetros dali. Ele estava se deslocando de sua órbita normal e mergulhando em direção a um ponto de luz a 30 trilhões de quilômetros dali, ou 3 anos luz, um ponto que as vezes passava desapercebido dos tripulantes e em outras ocasiões era admirado por horas, o Sol. O novo cometa iria gastar o tempo de gerações humanas inteiras para completar sua nova órbita, despejando pelo caminho um registro fragmentado da história do universo, um feixe composto por gases, água, rochas e as sementes da vida. Seus segredos seriam largados ao sabor dos ventos solares e sua calda, assim que começar e se formar, poderá ser contemplada pelos habitantes da colônia de Europa, no micro-sistema jupiteriano, e pela estação Monólito, na órbita de Saturno em décadas.
A poesia do momento afastava a tristeza de Carrijo que logo começou a realizar seus cálculos para prever a rota do novo astro. No entanto, os sensores registravam que esse nascimento não foi natural, o parto foi forçado.
Continua...
Interessante são os nomes das personagens, ...como vc as batizou?
ResponderExcluirBem... eu batizei os personagens a partir de outras referências: literárias, cinematográficas e da cultura pop e outros nomes que aparecerão terão referência a um outro conhecido.
ResponderExcluirMas não vou falar as fontes diretas, apenas para manter a intertextualidade... palavra díficil..rsrsrs