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23 de fevereiro de 2007

POST "REMAKE" 1

Estou iniciando o processo de unificação dos Blogs, por isso estou republicando um texto mais antigo que traz um breve comentário sobre as questões referentes aos universos masculino e feminino e uma crônica do Luís Fernando Verissimo.
O FEMININO E O MASCULINO E VICE-VERSA I
Diferenças e Representações

Que existem diferenças entre os sexos isso é inegável e quase inexorável, tanto do ponto de vista biológico quanto do cultural, sobretudo. Homens e Mulheres se representam de maneiras distintas e têm interesses e gostos específicos e diversos, algumas coisas são ensinadas a nós desde que somos crianças como sendo “coisa” de menino ou de menina, próprias ao gênero. Entretanto, a longa data, desde a invenção do feminino no século XIX (pois até então a vagina era vista como um pênis introjetado), que se criou em diversas áreas, ou esferas da vida, para sermos mais exatos, as definições modernas do masculino e do feminino, do papel que cabe a cada um num mundo mais veloz e mais volátil. Porém, como tudo o que existe, o tempo traz mudanças e pequenas alterações, o lugar do feminino é um dos maiores exemplos, que passou de sexo frágil à independente e igualitário em diversos aspectos, o que, no entanto, não significou uma alteração total na maneira como representamos a mulher e suas necessidades. Os românticos colocaram a mulher, de maneiras diversas nos últimos duzentos anos, como mais sensível, amorosa, fraterna, materna, etc., etc., etc., e mesmo hoje, com o papel cada vez mais forte que a mulher ocupa nas sociedades ocidentais, essa idéia permanece, embora, ressaltamos, com um significado um pouco diferente. As piadas de gênero ou da “guerra dos sexos” trazem em suas linhas muito do que sentem e as representações dos homens e mulheres em relação ao masculino e o feminino e vice-versa.
Hoje, trazemos ao leitor um exemplo bem significativo de textos que tratam de maneira bem humorada e inteligente essa questão. Todavia, devemos dizer que o curioso deste escrito foi o contexto em que estava inserido, ele foi reproduzido em uma revista voltada para o público feminino.

Necessidades Emocionais
Luis Fernando Veríssimo

Histórias da Vida a dois.
Nunca tinha entendido por que as necessidades sexuais dos homens e das mulheres são diferentes. Nunca tinha entendido tudo isso de Marte e Vênus. E nunca tinha entendido por que os homens pensam com a cabeça e as mulheres com o coração.
Uma noite, semana passada, minha mulher e eu estávamos indo para a cama. Bom, começamos a ficar a vontade, fazer carinhos, e nesse momento, ela para e fala:
"Acho que agora não quero, só quero que você me abrace".
Eu falei: "O QUE???"
Ela Falou: "Você não sabe se conectar com as minas necessidades emocionais como mulher".
Comecei a pensar no que podia ter falhado. No final, assumi que aquela noite não ia rolar nada, virei e dormi.
No dia seguinte fomos a um grande hipermecado, do tipo Macro, com muitas lojas dentro dele. Dei uma volta enquanto ela experimentava três modelitos caríssimos. Como não podia decidir por um ou outro, falei para comprar os três. Então ela me falou que precisava de uns sapatos que combinassem, a R$ 200 cada par, respondi que tudo bem. Depois fomos à seção de joalheria, de onde saiu com uns brincos de diamantes. Estava tão emocionada! Deveria estar pensando que fiquei louco, agora penso que estava me testando quando pediu uma raquete de tênis, porque nem tênis ela joga. Acredito que acabei com seus esquemas e paradigmas quando falei que sim. Ela estava tão excitada sexualmente depois de tudo isso; vocês tinha que ver a carinha dela, toda feliz!
Quando ela falou: "Vamos passar no caixa para pagar", tive dificuldade para me assegurar ao falar com ela:
"Não, meu bem, acho que agora não quero comprar tudo isso".
Ela ficou pálida. Ainda falei:
"Só quero que você me abrace".
No momento em que começou a ficar com cara de querer me matar, falei: "Você não sabe se conectar com as minhas necessidades financeiras como homem..."
Acredito que o sexo acabou para mim até o natal de 2007.
FONTE: Inteligência Feminina, Schering do Brasil, n.1, p.15, 2006.
Post de 25/2/06 - originalmente publicado em http://fronteirasnotempo.spaces.live.com/
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