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2 de novembro de 2008

EXPOSIÇÃO EINSTEIN



Uma exposição muito interessante sobre o físico alemão Albert Einstein está disponível na web com acesso livre para todos, graças a Revista Pesquisa FAPESP, publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, uma das principais agências de fomento do país.


Na exposição são discutidos os impactos da teoria da relatividade em diversas áreas do conhecimento, como a História, Antropologia e Política, por exemplo.


Vale a pena acompanhar.


Os lados ocultos de Einstein


Mauro Almeida conta como a antropologia usa o conceito pop de relativismo e Olival Freire traz à tona o físico engajado contra a segregação racial. Veja trechos das palestras em vídeo clicando aqui


Obs.1: Se estiver acessando o blog pelo Internet Explorer poderá assistir o vídeo por aqui mesmo


Obs.2: Link dos vídeos de todas as palestras no final do post


Edição Online - 30/10/2008

Pesquisa FAPESP -

“O relativismo pop leva a uma espécie de niilismo”, explicou o antropólogo Mauro Almeida, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no dia 25/10, na palestra “Pluralismo e relativismo nas sociedade humanas: o impacto das idéias de Einstein”. Ele se referia à noção popularizada de que tudo é relativo, portanto nada absoluto existe. A apresentação fez parte da programação cultural da mostra científica, organizada por Pesquisa FAPESP, com apoio do Instituto Sangari.

Almeida contrapôs esse conceito ao relativismo formulado e adotado pela física. Segundo Galileu Galilei, o italiano que nos séculos XVI e XVII foi responsável por avanços cruciais na física, na matemática e na astronomia, os movimentos são relativos. “Para ele, as leis da mecânica são geralmente verdadeiras para todos os observadores em movimento não acelerado”, disse o antropólogo. No século XX, Einstein estendeu o conceito para fenômenos que têm a ver com a propagação da luz. Com isso, as medidas de comprimento e de tempo passaram a ser relativas.

Ao contrário da relatividade descrita por físicos, que parte de leis gerais do Universo, o relativismo pop entende que, como tudo é relativo, não existem leis verdadeiras para todos os observadores. De acordo com Almeida, esse pseudo-relativismo entrou nas humanidades – na antropologia, sugere que cada sociedade tem seus princípios.

A grande mudança veio nos anos 1920, quando antropólogos passaram a viajar para estudar diferentes sociedades e investigar se no fundo todos vivem da mesma maneira. No entanto, antropólogos como o francês Claude Lévi-Strauss e o brasileiro Eduardo Viveiros de Castro acabaram revelando diferenças profundas em como as sociedades funcionam.

Suspeito de espionagem - Em sua palestra “O dossiê Einstein no FBI: a documentação de sua luta pelos direitos civis”, o historiador de ciência Olival Freire, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentou ao público uma faceta pouco conhecida de Einstein: a de opositor da segregação racial nos Estados Unidos.

Esse lado do físico veio à tona em 2002, quando o jornalista Fred Jerome publicou o livro The Einstein File a partir do material disponível no site do FBI [http://foia.fbi.gov/foiaindex/einstein.htm], que supostamente investigou uma das maiores personalidades da ciência devido à sua associação com o partido comunista. Freire contou que o objetivo de Edgar Hoover, “diretor quase eterno do FBI”, era expulsar o físico do país. “Imaginem vocês se o Hoover tivesse obtido sucesso. A história e a própria exposição que nós estamos assistindo talvez não existissem ou teriam sido bastante diferentes”, comentou o historiador.

De origem alemã, Einstein chegou em 1933 à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Alguns anos depois obteve a cidadania norte-americana, o que só reforçou suas posições políticas. Como cidadão, ele não poderia se calar numa sociedade em que linchamentos de negros eram corriqueiros e aconteceram até os anos 1960.

Mesmo avesso a homenagens e honrarias, Einstein aceitou o título de doutor honorário pela Universidade Lincoln em 1946. O motivo era condizente com sua militância: era uma universidade que se propunha a educar homens negros que não eram aceitos em outras universidades. “A separação das raças não é uma doença das pessoas de cor, mas uma doença dos brancos”, disse em seu discurso. “Não pretendo me calar a esse respeito.” Não se calou. Há inúmeros registros de cartas escritas a autoridades e manifestações diversas de apoio aos negros por esse cientista que visitava amigos na rua dos negros em Princeton.

Mesmo que os registros estivessem disponíveis há anos no site do FBI, demorou muito tempo para que essa faceta viesse à tona. Para Freire, esse atraso denota o desconforto que a forte segregação causa aos norte-americanos e sobretudo à Universidade de Princeton, que já foi “uma fortaleza de segregação e racismo”.

Veja vídeos de outras palestras da programação cultural da exposição

FICO POR AQUI

Um comentário:

  1. Oi, muito bom esse blog, dá uma passadinha lá no meu depois


    mundodosalimentos.blogspot.com

    Sucesso!

    ResponderExcluir

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