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12 de maio de 2009

ARTE E CRIAÇÃO NO CADERNO DE DESENHOS

Livro (Lançamento)

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Processo de criação

12/5/2009

Agência FAPESP – Tarsila do Amaral (1886-1973) e Eliseu Visconti (1866-1944) são os artistas enfocados nos dois primeiros volumes da coleção Cadernos de Desenho, lançamento da Editora da Unicamp em coedição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp).

Cadernos de desenhos, destaca Lygia Eluf, professora do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), organizadora da coleção, “guardam momentos de cumplicidade únicos, quase nunca divulgados”.

“Seu uso recorrente, como bloco de anotações, carnês de viagem ou diários de artistas, guarda o pensamento construtivo que norteia o processo de criação e da construção das imagens”, escreveu na apresentação da coleção.

Segundo ela, a maioria dos artistas tem o hábito de manter cadernos de desenho, que nem sempre vêm a público no Brasil, enquanto que em outros países existem importantes obras que retraram a intimidade criadora.

Os dois volumes mostram registros de viagem de Tarsila pelo Oriente e de Eliseu Visconti a bordo de um navio para estudar na Europa. Para escrever sobre os desenhos, Lygia convidou pessoas muito próximas aos dois artistas: Antonio Carlos Rodrigues (que assina Tuneu), único aluno de Tarsila e hoje professor do IA; e Ana Maria Tavares Cavalcanti, que defendeu tese de doutorado em Paris sobre Visconti. “Queria manter o espírito e a intimidade dos cadernos de desenho e, por isso, escolhi quem pudesse escrever desse modo”, disse ao Jornal da Unicamp.

Lygia destaca que os cadernos de desenhos trazem à tona um trabalho invisível, reforçando a ideia de que um artista pode fazer pesquisa na universidade sem abrir mão da natureza da arte, que é sua área de conhecimento.

Lygia observa que o desenho não é um recurso utilizado apenas pelos pintores para o desenvolvimento de ideias no processo criativo. “Cartier-Bresson [fotógrafo francês, 1908-2004] desenhava muito para treinar o seu olhar e pensar a fotografia, que é algo instantâneo. Da mesma forma, há cineastas que desenham as cenas antes de filmar, num exercício mental que ninguém vê. Como já dizia Da Vinci, desenho é pensamento, explicita o processo de construção da obra”, disse.

A expectativa da professora da Unicamp é lançar entre três e cinco volumes por ano, sempre no formato quadrado que caracteriza a coleção e que permitiu a reprodução dos desenhos nos tamanhos originais.

“O próximo livro será com Renina Katz – que já autorizou a publicação dos seus desenhos – e comentários de Ferez Khoury [professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, amigo e uma espécie de discípulo da artista”, adiantou. Marcello Grassman e Vilanova Artigas serão os seguintes.

Os volumes da coleção podem ser adquiridos pelo site da Editora da Unicamp, em www.editora.unicamp.br

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