Páginas

6 de abril de 2007

ESPAÇO ABERTO (2° post)


Conforme prometido publico hoje a segunda parte do capítulo 1 da Espaço Aberto. Se você ainda não leu a 1ª parte leia aqui
A parte 3 ainda não começou a ser escrita, mas em breve será, aguardem...



Capítulo 1 – Perdida (parte 2)

Novembro, 2, 2150 – 00h10m – a bordo da UK-Explorer

Juan imediatamente tocou na parede transparente e acessou o menu do sistema para ampliar e aproximar a imagem do recém-nascido. Ele conseguiu ver que alguns detritos haviam se desprendido do meteoro e que estavam seguindo uma órbita contrária a que deveriam, sinal de que algo havia se chocado com o cometa. Abrindo um outro link Carrijo acessou o controle de navegação de uma das naves automáticas e inseriu as coordenadas do novo cometa. O artefato terráqueo gastou poucos segundos para planejar a melhor maneira de realizar a aproximação.

Os sensores indicavam que o objeto não era mineral e que havia sinais fracos de atividade orgânica complexa.

Juan estava muito excitado e sua voz tremia

— Capitão suba até a torre de observação, preciso te mostrar uma coisa com urgência.

O capitão era um homem experiente em missões de observação e investigação científicas como aquela e conhecia muito bem seus homens, Carrijo era um homem sério e sua voz denunciava que se tratava de algo realmente importante. Terence Haggar se vestiu rapidamente e atravessou o corredor que levava até a escada de acesso à torre de observação, no meio do caminho flagrou Pierre dormindo sentado, encostado na parede, ele parecia exausto, um pouco pálido. Hagar tentou em vão acordar seu subordinado, ele parecia estar em um estado delicado. Rapidamente o capitão levou a mão à cintura e acionou seu comunicador.

— Cindy, venha agora ao corredor B rápido – Gritou. Pierre desmaiou e não consigo acordá-lo.

— Estou a caminho Capitão. Cindy era a especialista em medicina espacial – especialidade criada para compreender a fisiologia e a psicologia humana em ambientes com baixa gravidade e em situações de confinamento espaçonaval.

A maleta com os equipamentos estava sempre em um local fácil de se encontrar, em caso de situações de emergências. Cindy estava um pouco nervosa, pois a última emergência que atendeu habitava seus sonhos até hoje. Ela hesitou por um pequeno momento e as recordações vieram como uma martelada. Foi em uma viagem para o micro-sistema jupteriano, há pouco mais de seis anos a bordo da UK-Avalon, quando o seu ex-namorado, Lorenzo Smith, saiu para realizar um pequeno conserto no casco da nave, tudo corria bem, mas uma ferramenta escapou de sua mão, ele fez um movimento muito brusco para apanhá-la e acabou se enroscando no cordão umbilical (cabo que prende o astronauta a nave), ele começou a se debater na tentativa de se soltar, acabou rasgando o traje profundamente na altura da barriga. A pressão do ar saindo foi tão grande que a roupa interna não resistiu e o tecido do abdômen também não...

Cindy cortou a lembrança, pegou a mala e correu ao encontro do Capitão e de Pierre. Por sorte a enfermaria não ficava muito longe do corredor onde ela deveria ir. Começou a correr, em poucos segundos avistou Hagar e Pierre. Ajoelhando-se ao lado do paciente apenas olhou para o capitão que se afastou.

Pierre não respondia aos primeiros estímulos. A doutora abriu seu palm e plugou um fio na ponta do dedo do paciente desacordado. Os sensores começaram mostrando que a pressão sanguínea e batimentos cardíacos estavam bem, ela, então, colocou uma tiara na cabeça do companheiro e esperou alguns segundos para o diagnóstico...

O comunicador do capitão começou a apitar.

— capitão o que houve, estou aguardando.

— Carrijo, estava a caminho, mas encontrei Pierre desacordado no corredor e chamei Cindy, ela o está examinado agora.

— Tudo bem capitão, mas creio que você gostaria de ver isso. Acho que uma nova situação de emergência precisa ser decretada.

— Do que você está falando Juan.

— Capitão temos um caso de...

— Ahhhhh.

— Cindy, o que está acontecendo?

— Capitão, Capitão, o que aconteceu.

— Ele acordou – tremia Cindy – agarrou com muita força meu braço e me disse que ela está lá fora, esperando por nós. Eu a vi, eu a vi, ela estava num lugar perigoso, ela, ela, ela...

— ela quem Cindy?

— Ela... Cindy repetia incessantemente esta palavra e, por fim, desmaiou.

— Cindy, Cindy, Cindy!!!!!

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails