“Posso estar ao seu lado”
O que é o normal? A normalidade? O desejo? O proibido? O permitido? Creio que muitos já tenham se perguntado isso, se não fizeram conhecem alguém que o fez.
Uma coisa que tenho a dizer sobre isso é que na perspectiva na qual olho e vejo o mundo, considero todas essas questões como problemas historicamente colocados e construídos, ou seja, os parâmetros de normal e anormal, louco e são, proibido e permitido, etc., variam no e com o Tempo e são construídos socialmente. Há poucos anos atrás, no máximo duas décadas, a questão da virgindade, sobretudo a feminina, era vista pela maioria como um bem que deveria ser guardado a sete chaves até o casamento, e o certo era preservá-la. Hoje, dificilmente encontra-se alguém que defenda este principio sem um certo constrangimento, pelo contrário, a questão da sexualidade é colocada como um dos principais motivos de ligação e permanência de um casal (de qualquer sexo) e mesmo como um sinônimo de qualidade de vida. Houve uma mudança na forma de tratar a sexualidade e o padrão de normalidade foi alterado.
O que é o normal? A normalidade? O desejo? O proibido? O permitido? Creio que muitos já tenham se perguntado isso, se não fizeram conhecem alguém que o fez.
Uma coisa que tenho a dizer sobre isso é que na perspectiva na qual olho e vejo o mundo, considero todas essas questões como problemas historicamente colocados e construídos, ou seja, os parâmetros de normal e anormal, louco e são, proibido e permitido, etc., variam no e com o Tempo e são construídos socialmente. Há poucos anos atrás, no máximo duas décadas, a questão da virgindade, sobretudo a feminina, era vista pela maioria como um bem que deveria ser guardado a sete chaves até o casamento, e o certo era preservá-la. Hoje, dificilmente encontra-se alguém que defenda este principio sem um certo constrangimento, pelo contrário, a questão da sexualidade é colocada como um dos principais motivos de ligação e permanência de um casal (de qualquer sexo) e mesmo como um sinônimo de qualidade de vida. Houve uma mudança na forma de tratar a sexualidade e o padrão de normalidade foi alterado.
(Cenas do Filme "O Fantasma da Liberdade" (1974), de Louis Buñuel)
Esse foi um exemplo simples, podemos complicar um pouco mais a questão e pensar que até a emergência do discurso da psicanálise no final do século XIX e no começo do século XX os desejos mais secretos eram vistos como perversões imperdoáveis, depois de Freud o homem passou a se definir como um ser que tem três níveis de consciência: o ID (o inconsciente mais profundo onde são depositados os mais sombrios segredos da alma humana), o Superego (instância que media os nossos desejos e a relação social, impondo a nós os controles e normas da sociedade) e, por fim, o Ego (a nossa personalidade, o eu, que é fruto da relação entre Id e Superego). Atualmente os desejos podem surgir em sonhos, em silêncio e em outras situações mais particulares, desde que reconheçamos que não é possível expor tudo, mas esses segredos são Normais, pois são frutos do inconsciente.
É claro que existem outras perspectivas, eu mesmo não vejo o mundo a partir da psicanálise, mas reconheço sua importância na formação de um discurso acerca do que é o normal, a normalidade, o desejo, etc., que acabou formulando a maneira como nos enxergamos. O cinema e a literatura são campeões na exposição de narrativas que comportam os desejos ocultos como um dos motores da ação humana.
Bem, após dizer tudo isso, anúncio o tema central deste post: o vídeo NORMAL, de autoria de Elinaldo Meira – homem de sensibilidade impar – doutorando em Artes pela Unicamp.
O diretor adaptou o poema de Valdinei Nascimento em um filme de pouco mais de dois minutos que marcam, tanto pela qualidade quanto pela inquietação que causa aos leitores ou telespectadores.
É um filme experimental, mas passível de ser compreendido sem grandes problemas. Recomendo muito esse vídeo e quem gostar divulgue...
NORMAL
Este foi um post diferente dos anteriores, mas espero que os leitores compreendam que gosto de coisas variadas e que em algumas ocasiões vou publicar este tipo de texto, pois isso é um a das minhas facetas.
Espero que tenham gostado, aguardo os comentários...
Ah! Antes que me esqueça tenho um pedido a fazer: na onda do milésimo gol do Romário gostaria que o visitante número mil deste blog deixasse um comentário registrando este acontecimento.
FICO POR AQUI
Ops!!!!
ResponderExcluirEu fui o número 1000. Quando terminei de escrever o post e mandei visualizar a página o contador de visitas pulou para o número 1000, bem... fazer o que? Aguardo os demais comentários.
Pois é rapaz... e quem foi o milésimo?
ResponderExcluirO blog tá meio pesadinho pra abrir, vou testar em mais computadores.
É.... desde que eu comecei a acessar a internet, eu me dei conta de que sou qq coisa, menos normal!!! rrsrsrsrss... essa é uma questão muuuuito interessante. Belo e intrigante o seu texto, César.
ResponderExcluirGrande C.A., belíssimo texto. Reflexivo, instigante, claro e ojbetivo... Grande abraço, foi o visitante 1069...
ResponderExcluirUm comenário mais que atrasado: o normal e o patológico de Georges Canguilhem fala bastante sobre essas construções dos padrões de normalidade. Grande texto, CA, certeza eu vc já leu. Abraço!
ResponderExcluirBeraba, mesmo atrasado o comentário foi muito bom. Conheço a referência do Canguilhem "O normal e o patológico". Esse pequeno texto credito mais as leituras que fiz do Foucault, que vc deve conhecer muito melhor do que eu.
ResponderExcluirUm outro abraço pra ti meu amigo!!!