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4 de março de 2012

INTERMITÊNCIAS DA VIDA



Tem alguns momentos de nossas vidas que nos encontramos em verdadeiras encruzilhadas. Existem algumas escolhas que devemos fazer. Sabemos com uma clareza ofuscante, que quase cega, que o rumo que tomaremos apresentará coisas quase desconhecidas. Situações semelhantes existirão, mas os rumos até então escolhidos se fecharão.

Esse é o dilema de nossa personagem.

Quando a vida não estava boa, não rumava da forma esperada, uma bóia sinalizadora apareceu, ele agarrou-se a ela. Quantos momentos bons, quantas expectativas e planos. Depois de muito tempo, alguns anos em sequência, essa bóia se tornou um porto seguro.

Acontece, porém, que o náufrago, agora um marujo em ascensão aprendeu muitas lições com quem o salvara. Aprendeu entre outras coisas a ser mais confiante, mais enfático, mais homem, mais conhecedor de si, e pasmem! Até mesmo feliz!

Tormentas se abateram sobre eles. Muitas superadas de alguma forma, outras ainda pendentes e, por conta do marujo, longe de serem resolvidas – afinal o barco no qual naufragara sempre terá uma vinculação perpétua com ele.

O porto no qual se encontra é muito seguro, lugar no qual sabe que poderá ter uma vida longa, não a perfeita com que se sonha, mas estável e não custa arriscar dizer duradoura. Sabe que o porto seguro anseia por sua presença, sua dedicação e lhe demonstra isso com muita afeição.

O marujo está em crise.

Naufragar novamente em novos caminhos é uma possibilidade que volta a existir. O marujo se arriscaria a isso, mas não sabe se o seu momento para tanto ainda é viável ou se o porto no qual está é o que o mantém nessa terra quase firme.

Ele agora, caro leitor, pergunta a si próprio. Navego ou fico no porto?

Minha sorte está lançada
Eu sou, eu sou estrada
Eu sou, eu sou levada
Eu sou, eu sou partida
Contra o grande nada - lá vou eu!
Ao romper da madrugada
O sol no pensamento
E o tempo contra o vento
E a minha voz alçada
Contra o grande nada - lá vou eu!
"Quem vem lá?" Pergunta a solidão
"Sou eu!"
Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
Entre os ecos do infinito
Eu grito, eu mato a solidão
Eu sou meu tempo, eu vou
A ferro e fogo, eu corro
Eu vou, eu canto e grito: amor!
Eu vou, eu vou, eu canto e grito: amor!

FICO POR AQUI - A HISTÓRIA É TOTALMENTE FICTÍCIA

Um comentário:

  1. CA, muito bom! Texto muito inspirado, parabéns! A confusão de seu personagem te fez dar vida a linhas muito interessantes, como interessantes também são as encruzilhadas...

    Paulinho

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