Tem alguns momentos de nossas
vidas que nos encontramos em verdadeiras encruzilhadas. Existem algumas
escolhas que devemos fazer. Sabemos com uma clareza ofuscante, que quase cega,
que o rumo que tomaremos apresentará coisas quase desconhecidas. Situações semelhantes
existirão, mas os rumos até então escolhidos se fecharão.
Esse é o dilema de nossa
personagem.
Quando a vida não estava boa, não
rumava da forma esperada, uma bóia sinalizadora apareceu, ele agarrou-se a ela.
Quantos momentos bons, quantas expectativas e planos. Depois de muito tempo,
alguns anos em sequência, essa bóia se tornou um porto seguro.
Acontece, porém, que o náufrago,
agora um marujo em ascensão aprendeu muitas lições com quem o salvara. Aprendeu
entre outras coisas a ser mais confiante, mais enfático, mais homem, mais
conhecedor de si, e pasmem! Até mesmo feliz!
Tormentas se abateram sobre eles.
Muitas superadas de alguma forma, outras ainda pendentes e, por conta do
marujo, longe de serem resolvidas – afinal o barco no qual naufragara sempre
terá uma vinculação perpétua com ele.
O porto no qual se encontra é
muito seguro, lugar no qual sabe que poderá ter uma vida longa, não a perfeita
com que se sonha, mas estável e não custa arriscar dizer duradoura. Sabe que o
porto seguro anseia por sua presença, sua dedicação e lhe demonstra isso com
muita afeição.
O marujo está em crise.
Naufragar novamente em novos
caminhos é uma possibilidade que volta a existir. O marujo se arriscaria a
isso, mas não sabe se o seu momento para tanto ainda é viável ou se o porto no
qual está é o que o mantém nessa terra quase firme.
Ele agora, caro leitor, pergunta
a si próprio. Navego ou fico no porto?
Minha sorte está lançada
Eu sou, eu sou estrada
Eu sou, eu sou levada
Eu sou, eu sou partida
Contra o grande nada - lá vou eu!
Ao romper da madrugada
O sol no pensamento
E o tempo contra o vento
E a minha voz alçada
Contra o grande nada - lá vou eu!
"Quem vem lá?" Pergunta a solidão
"Sou eu!"
Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
Eu sou, eu sou estrada
Eu sou, eu sou levada
Eu sou, eu sou partida
Contra o grande nada - lá vou eu!
Ao romper da madrugada
O sol no pensamento
E o tempo contra o vento
E a minha voz alçada
Contra o grande nada - lá vou eu!
"Quem vem lá?" Pergunta a solidão
"Sou eu!"
Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
Entre os ecos do infinito
Eu grito, eu mato a solidão
Eu sou meu tempo, eu vou
A ferro e fogo, eu corro
Eu vou, eu canto e grito: amor!
Eu vou, eu vou, eu canto e grito: amor!
Eu grito, eu mato a solidão
Eu sou meu tempo, eu vou
A ferro e fogo, eu corro
Eu vou, eu canto e grito: amor!
Eu vou, eu vou, eu canto e grito: amor!
FICO POR AQUI - A HISTÓRIA É TOTALMENTE FICTÍCIA
CA, muito bom! Texto muito inspirado, parabéns! A confusão de seu personagem te fez dar vida a linhas muito interessantes, como interessantes também são as encruzilhadas...
ResponderExcluirPaulinho